Crise de semicondutores: saída pode estar no investimento em patentes
Estima-se que a crise de semicondutores na indústria automotiva pode resultar em uma queda global de 20% na produção até 2026, a menos que sejam tomadas medidas adequadas. Essa redução corresponde a cerca de 18 milhões de veículos.
Os dados são de um estudo encomendado pela Associação da Indústria Automotiva da Alemanha (VDA, na sigla local), publicado no dia 25 de fevereiro.
A falta de semicondutores, fundamentais para a indústria de automóveis, gerou 36 paralisações em montadoras em 2022, que deixaram de produzir 250 mil veículos. Esta ano, a associação de fabricantes estima que serão fabricadas 125 mil unidades a menos.
O governo federal publicou decreto para a criação de um grupo interministerial com o objetivo de reverter o processo de liquidação do Centro nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal que era a única fabricante de chips e semicondutores da América Latina. O Brasil tem uma posição estratégica na produção de chips, despertando o interesse americano em investir na produção no país. Especula-se que possam vir dos chineses em uma aceno para a possibilidade de investimentos e transferência de tecnologia para fábricas de semicondutores no Brasil, com produção voltada para o mercado brasileiro. Na avaliação de especialistas, o investimento em patentes é crucial nesse cenário, já que propicia aos inovadores uma exclusividade na exploração de suas inovações.
O contexto que se apresenta é propício para aqueles que investem em inovação e proteção de seus inventos, garantindo aos titulares desses direitos intelectuais uma vantagem muito grande frente a seus concorrentes.
Nesse tocante, aliás, cabe observar que no último ano houve um recorde global de depósitos de patentes relacionados à microeletrônica e semicondutores contabilizando 69.190 pedidos, um aumento de 9% em relação ao ano anterior e de 59% em relação à apenas cinco anos atrás, o que demonstra o acelerado ritmo de desenvolvimento intelectual desta indústria que hoje vem sendo liderada pela china com 55% deste total de pedidos de patente.